De acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), o câncer de colo do útero é o tumor ginecológico mais comum entre as mulheres do Brasil. Sua principal causa é o HPV (Papiloma Vírus Humano), uma doença sexualmente transmissível muito prevalente no mundo todo. Estima-se que 10% da população mundial tenha o vírus e que de 70% a 80% das pessoas irão adquiri-lo até os 50 anos.
Então o câncer de colo de útero é muito mais comum do que você pensava? Não. A infecção pelo HPV é muito comum, não o câncer de colo.
Menos de 10% das pacientes que se infectam por HPV progridem para as chamadas lesões precursoras (os NICs ou neoplasias intraepiteliais). Estas mulheres sim apresentam um maior risco de desenvolver o câncer.
Cerca de 90% das mulheres com HPV tem cura espontânea em dois anos e muitas delas nem tomam conhecimento que estavam com o vírus. Por isso, ter o vírus HPV não significa que você tem ou terá câncer de colo. Porém, é imprescindível a realização do papanicolaou, o único exame que permite o diagnóstico precoce das lesões precursoras.
Informações importantes sobre o HPV
Subtipos
Existem mais de 100 subtipos de HPV e apenas dois são mais frequentemente relacionados ao desenvolvimento do câncer: 16 e 18, denominados como alto risco. Os subtipos que causam verrugas na vulva são o 6 e 11, denominados baixo risco.
Transmissão
A transmissão do vírus ocorre através da pele, ou seja, do contato íntimo dos órgãos genitais. Portanto o uso do preservativo diminui, porém não impede 100% a transmissão. A boa notícia é que ele impede a transmissão do vírus para o colo uterino.
Infecção
O pico de infecção pelo o HPV entre mulheres sexualmente ativas é de 18 a 30 anos. Destas, a grande maioria apresenta cura espontânea, muitas vezes não necessitando de nenhum tratamento. A presença de infecção persistente após os 30 anos exige um acompanhamento mais cuidadoso pelo ginecologista.
Diagnóstico
A presença do HPV no colo, vagina ou vulva da mulher é realizado pela coleta da secreção com escovinha para um exame chamado Captura Híbrida. Ele só recomendado em casos de infecção persistente em mulheres acima de 30 anos.
Incubação
O vírus pode permanecer no organismo por muitos anos sem provocar nenhuma lesão detectável ao exame de papanicolaou. Portanto, ser diagnosticada com o vírus não significa que você se infectou recentemente.
Lesões
As lesões precursoras são definidas como de baixo e alto grau. As de baixo grau raramente evoluem para câncer, enquanto as de alto grau podem evoluir em 5 (NIC 2) a 20% (NIC 3) dos casos se não tratadas em um período de 5 a 10 anos.
Vacinas
Atualmente existem dois tipos de vacina contra o vírus. Uma fornece proteção contra os subtipos 16 e 18. A outra contra os subtipos 6, 11, 16 e 18. São vacinas recomendadas para meninas que nunca tiveram contato com o vírus, ou seja, que ainda não iniciaram a vida sexual. Entretanto, estudos evidenciam que ela melhora a imunidade contra o vírus mesmo em mulheres já infectadas.
A mensagem que queremos deixar: é importante realizar o exame de papanicolaou regularmente, mesmo que você não sinta nada. O câncer de colo uterino só apresenta sintomas quando está avançado. Ao mesmo tempo, ser diagnosticada com o vírus HPV ou ter alguma alteração no papanicolaou não significa que você terá câncer.
Na maioria dos casos nem é necessário qualquer procedimento no colo do útero, apenas medidas para melhorar a imunidade. Portanto, qualquer dúvida ou exames alterados, o ideal é procurar um ginecologista especializado na área oncológica, para que você tenha a melhor orientação e o tratamento mais adequado.