O câncer colorretal é aquele que acomete algum segmento do intestino grosso (cólon) ou reto. É uma patologia cuja incidência tem crescido. Porém, diante dos avanços da medicina em diagnosticar precocemente os tumores e tratar o paciente oncológico, aliado ao fato de termos uma maior conscientização das pessoas sobre os benefícios de cultivar hábitos saudáveis, acreditamos que poderá haver uma diminuição da mortalidade e aumento das chances de cura.
O câncer colorretal é o tumor mais frequente no trato gastrointestinal, correspondendo a aproximadamente 13% de todos os casos da doença. São estimados 32.600 novos casos para 2015 na população brasileira.
Fatores de risco
Para o seu rastreamento (detecção precoce), devemos estratificar o risco do paciente de acordo com fatores como:
- Familiar de primeiro grau diagnosticado com neoplasia colorretal antes dos 45 anos de idade ou mais de um familiar de primeiro grau com esse tipo de tumor em qualquer idade. Ainda incluimos aqueles com familiar de primeiro grau com adenoma maior que 1cm.
- Doença inflamatória intestinal crônica, como retocolite ulcerativa e doença de Crohn de longa duração estão associadas ao risco de desenvolvimento de câncer colorretal aumentado (20 a 30%) ao longo da vida.
- Síndromes hereditárias como a polipose adenomatosa familial (PAF) e o câncer colorretal hereditário não pólipoide (HNPCC) incluem os pacientes no critério de muito alto risco de desenvolvimento de câncer colorretal.
Por que o câncer colorretal acontece?
A carcinogêse dos tumores colorretais é uma sequência de mutações que levam à proliferação de células em que ocorre a progressão adenoma-carcinoma. Trata-se de uma consequência da associação genética (como citado acima) com fatores ambientais.
Os fatores ambientais que aumentam o risco para o desenvolvimento dos tumores colorretais são:
- Ingestão de bebida alcoólica em excesso
- Tabagismo
- Dieta rica em gordura e açúcar
- Sedentarismo
Como estratégia para diminuir o impacto social e a mortalidade causados pelos tumores colorretais, podemos ter medidas preventivas como dieta rica em fibras, pobre em gordura e açúcar e exercício físico.
Diagnóstico
Para diagnóstico e tratamento, devemos analisar em que grupo de risco para tumores colorretais o paciente se encontra e iniciarmos o rastreamento. Isso pode ser feito com colonoscopia na maioria dos casos.
Pacientes sem história familiar de neoplasia colorretal devem fazer a colonoscopia a partir dos 50 anos. Devem iniciar o rastreamento mais precocemente, em geral aos 40 anos, aqueles que possuem familiar de primeiro grau com tumores colorretais antes dos 45 anos de idade, ou mais de um familiar de primeiro grau com CCR em qualquer idade, ou com adenoma maior que 1cm.
O grupo que é considerado de muito alto risco é formado por aqueles com as síndromes genéticas, HNPCC e PAF. Esses pacientes devem iniciar o rastreamento ainda mais cedo, sendo entre 21 a 25 anos ou 10 anos antes do caso mais jovem da família para HNPCC e 10 a 12 anos para PAF.
Tratamento
Após o diagnóstico de câncer colorretal é necessário realizar exames de estadiamento para planejar o tratamento mais adequado. Em geral, é necessário algum procedimento cirúrgico, através do qual é retirado o tumor com margem oncológica (intestino normal), associado à retirada dos gânglios próximos à lesão (linfadenectomia).
Atualmente, podemos recorrer à técnica convencional (cirurgia aberta) e também laparoscópica (minimamente invasiva), sempre visando o melhor resultado oncológico (chance de cura). A via preferencial da equipe da Liv’in é a laparoscópica. O método permite um tratamento oncológico adequado, com tempo de recuperação menor e resultado cosmético melhor .
Quanto mais precoce for diagnosticada a lesão (estadiamento inicial), maior a chance de cura e qualidade de vida melhor, com menor tempo de recuperação e retorno mais rápido às atividades do cotidiano.