A endometriose atinge entre 10 e 15% da população feminina, totalizando 175 milhões de mulheres no mundo, principalmente entre os 20 e 45 anos de idade. Há, ainda hoje, demora de seis a 10 anos para diagnosticá-la.
O que é a endometriose?
A endometriose é classificada como uma doença ginecológica benigna. Ela se manifesta quando células do endométrio (camada que reveste internamente o útero, responsável pela menstruação) se fixam em locais e órgãos fora do útero, iniciando e progredindo para uma inflamação crônica. A doença traz consigo sintomas de diversos graus, levando a um grande prejuízo na qualidade de vida da mulher.
Quais as causas?
Ainda não há ainda uma explicação única para sua causa. A teoria mais aceita é uma combinação de fatores, na qual a “menstruação retrógrada” tem sua base. Ou seja, células do endométrio, ao invés de saírem pela vagina durante a menstruação, apresentam um refluxo. Elas passam das tubas para dentro da barriga (cavidade abdominal).
Apesar de cerca de 90% das mulheres terem este tipo de refluxo, apenas uma menor porcentagem (10% a 15% delas) terão o desenvolvimento destas células, onde elas não deveriam proliferar, sendo instalada a endometriose e seu processo inflamatório gradativo.
Que mulheres estão mais sujeitas a ter endometriose?
É uma doença estrogênio-dependente. Assim, a faixa etária é a da menacme (período em que a mulher menstrua), com maior predomínio entre os 20 e 45 anos. A endometriose atinge grande parte da população feminina, entre 10% e 15% dela. Estima-se atualmente em 175 milhões de mulheres no mundo sofrem dos males da endometriose.
O fator familiar próximo (mãe ou irmã) pode elevar o risco da paciente apresentar a endometriose.
Quais os sintomas da endometriose?
Sem dúvida, o principal sinal de alerta, é a dismenorreia (cólica durante a menstruação). No entanto, cuidado! Não é toda cólica menstrual que significa a presença de endometriose. Caso a dor não melhore com analgésicos básicos e/ou anticoncepcionais prescritos pelo seu médico, não hesite em questioná-lo. Seu ginecologista deve saber avaliar inicialmente.
Outros sintomas importantes são:
- Dor à penetração profunda durante a relação sexual (dispareunia profundidade)
- Alterações ao evacuar, como dor (disquezia) ou sangramento com as fezes (hematoquezia)
- Alterações urinárias, como sensação de esvaziamento incompleto ou sangue na urina (hematúria)
- Dores irradiando para pernas e costas
Como a endometriose é classificada
De acordo com a quantidade de doença peritoneal, aderências de ovários, e bloqueio retro-uterino, após o registro laparoscópico, classificamos a doença em mínima (I), leve (II), moderada (III) ou severa (IV), conforme modelo da SAMR (Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva).
Há também a classificação clássica entre endometriose superficial e profunda. Porém, em nossa opinião, não ilustra fielmente a severidade da endometriose.
Tratamentos
Assim como há décadas, o tratamento baseia-se em tratamento hormonal (anticoncepcional) e/ou cirúrgico.
O que mudou atualmente, é que têm avançado (e muito) as pesquisas em relação às causas, o porquê do desenvolvimento, a ação das células de endometriose, a resposta aos diversos tipos de anticoncepcionais, a evolução dos mais variados tipos de tratamento cirúrgicos.
O conhecimento acerca da doença tem aumentado muito a qualidade de vida das mulheres!
Mais um ponto importante neste momento: endometriose, independente da classificação, nem sempre tem indicação cirúrgica. Depende muito de cada caso – seja por conta da idade, desejo reprodutivo, sintomas apresentados, órgãos acometidos. Muita calma nesta hora!
Cuide bem da sua saúde. Consulte sempre um especialista.