A endometriose profunda intestinal é uma das queixas mais frequentes e temidas pelas mulheres em meu consultório!
“É grave?”
“Opero antes ou depois de tentar engravidar?”
“Vai ter que cortar um pedaço do meu intestino?”
“E aquela bolsinha?”
Estas são dúvidas muito comuns de vocês, pacientes sobre a endometriose profunda intestinal.
Até pouco tempo atrás, nestes casos, tínhamos como conduta a ressecção segmentar de um pedaço do intestino. Com a observação e análise das complicações pós-cirúrgicas em diversos centros hospitalares ao redor do mundo, dependendo do grau de acometimento da endometriose, hoje em dia aventamos a possibilidade de cirurgias menos agressivas (“LESS IS MORE”, menos é mais em português), realizando a retirada de porções menores do intestino.
Mas porque mudou esse pensamento e conduta?
Quando realizamos a retirada de um segmento do intestino, há a lesão de alguns nervos responsáveis pelo controle da evacuação. Aliado ao fato de considerarmos a endometriose uma doença benigna. Diferentemente de um câncer, na endometriose, quando retiramos toda e qualquer lesão com margens livres de doença, não precisamos ter esta preocupação tão grande. Procuramos assim alternativas para a melhora dos sintomas, com menores complicações.
Endometriose: foco na melhor qualidade de vida
Aprendemos que a ressecção menos radical (“shaving”, “nodulectomia circular ou linear”) desta lesões de endometriose intestinal trazem semelhante melhora dos sintomas, como dor e dificuldade ao evacuar, com menor risco de complicacões pós-operatórias.
Lembrando: cada paciente é avaliada de forma individual, e algumas ainda necessitam ressecar um pedaço maior de intestino, sim. Vide abaixo artigo científico publicado, com participação do Dr. Fernando Y. Asanuma.
Endometriose: temos que nos atualizar, sempre!
Endometriose é o assunto do momento no Brasil e no mundo. E a clínica Liv’in marcou presença no encontro promovido este mês pelo IRCAD, em Barretos, junto a especialistas mundialmente renomados, como o Dr. Wattiez (França), Dr. Koninckx (Bélgica), Dra. Ussia (Itália), professor Romeo (Itália). Tivemos a oportunidade de trocar experiências e aperfeiçoar nossas técnicas cirurgicas!
Durante este curso foram administradas aulas e apresentados os resultados das mais recentes pesquisas no mundo. Também foram feitas cirurgias ao vivo pelos coordenadores, em que a platéia de especialistas assistiu e debateu sobre os procedimentos.
Em resumo, a tendência vigente hoje em dia é: “LESS IS MORE” (menos é mais)!
O que queremos dizer com isto?!
Como já citamos no blog anteriormente, temos que INDIVIDUALIZAR cada paciente! Cada qual com seus sintomas, desejos e angústias! Pude presenciar uma HOMOGENEIDADE no pensamento. Diferentemente de três anos atrás, quando também estive presente. Isto é maravilhoso! Significa que estamos todos falando ou pelo menos tentando falar a mesma língua: trazer a qualidade de vida, pensando na paciente como um todo, e não apenas em uma doença.
Portanto, questione seu medico sobre as possibilidades – tratamento clinico ou cirúrgico? E se quero engravidar? Preciso mesmo retirar um pedaço do intestino?…