As hérnias da parede abdominal acontecem devido ao enfraquecimento da estrutura de contenção do abdome. Devido a esse enfraquecimento, forma-se um orifício (anel herniário), por onde pode passar parte de um órgão (em geral, alça de intestino delgado).
A hérnia apresenta-se clinicamente como um inchaço na região herniada, podendo estar associada à dor local. Pode ser redutível (abaulamento que some) ou não (permanente).
Hérnias: classificação
As hérnias são classificadas de acordo com a região acometida, sendo as mais frequentes:
- epigástricas (acima do umbigo, na linha média),
- umbilical (na cicatriz do umbigo),
- inguinal (região da virilha),
- inguino-escrotal (região da virilha e bolsa escrotal),
- incisional (região de cirurgia anterior).
Em geral, o diagnóstico é clinico, sendo o exame físico suficiente para confirmar a patologia. Alguns exames de imagem podem ser necessários para confirmar o diagnóstico ou ajudar no planejamento do tratamento. São eles: ultrassonografia e tomografia computadorizada.
Qual é o tipo de hérnia mais frequente?
O tipo de hérnia mais frequente é a inguinal e a prevalência é maior no sexo masculino.
O tratamento das hérnias é cirúrgico e, dependendo da situação, pode ser feito de maneira convencional (aberta) ou por videolaparoscopia. Além disso, alguns casos requerem a colocação de telas para o reforço da parede.
As complicações que podem ocorrer nas hérnias são devido ao sofrimento vascular, e ocorrem geralmente quando um grande conteúdo passa por um anel estreito, levando a um quadro de obstrução e/ou perfuração intestinal.
A obstrução intestinal apresenta-se clinicamente com dor, distensão abdominal, náuseas e vômitos. A perfuração, além do quadro semelhante ao da obstrução, ainda pode apresentar febre, queda da pressão e evoluir mais rapidamente para o quadro de septicemia (infecção generalizada).
É um quadro de saúde grave, com tratamento cirúrgico de urgência, que deve ser individualizado segundo condição clínica de cada paciente.