O cisto ovariano é uma formação que possui uma cápsula e é preenchido por líquido. Ele é benigno e não evolui para câncer.
Aproximadamente 20% das mulheres na pós-menopausa possuem cistos ovarianos. Entre as mulheres que ainda menstruam, se não usam anticoncepcionais, todo mês há chance de se formar um cisto após a ovulação.
Se a mulher é jovem, provavelmente o cisto é resultado de um acúmulo de líquido no local ocupado pelo óvulo após sua liberação. Ele normalmente regride antes do final do ciclo, mas pode persistir de três a seis meses.
Em mulheres menopausadas, os ovários mantém uma atividade hormonal residual, porém suficiente para a formação de fluidos entre as células ovarianas. Esse fluido pode se acumular e formar um cisto ovariano, que pode persistir durante toda a vida da mulher.
Cisto ovariano: devo me preocupar?
Importante lembrar que o cisto de ovário é assintomático, assim como o câncer de ovário em estágios iniciais. Então como checar se está tudo bem com seus ovários?
- Exame ginecológico anual é suficiente para detectar alterações em pacientes jovens. Só há necessidade da ultrassonografia transvaginal se houver queixa ou alteração no exame.
- Para mulheres menopausadas recomenda-se ultrassonografia transvaginal anual.
Se você teve alguma alteração detectada nos ovários não se assuste. O câncer de ovário é muito raro (1,5%) e ocorre acima dos 60 anos. Existem alterações em exames que conseguem diferenciar um cisto de ovário de câncer:
- O cisto normalmente tem loja única preenchida por líquido transparente, além de normalmente ser único. O câncer apresenta áreas císticas e sólidas, ou é todo sólido, além de poder se apresentar com lesão nos dois ovários. Todas essas alterações podem ser vistas ao ultrassom.
- O CA-125 é um marcador para câncer de ovário detectado através de exame de sangue. Entretanto ele só deve ser interpretado em conjunto com a história da paciente e o ultrassom, pois pode estar aumentado em diversas outras situações como gravidez, tuberculose ou endometriose. O valor normal do exame é 35mU/mL.
Quando houver qualquer dúvida se um cisto de ovário é mesmo apenas um cisto inofensivo, é muito importante a opinião de um ginecologista especialista em oncologia, que tem mais experiência e segurança em realizar esse diagnóstico.
Operação
Ufa, trata-se somente de um cisto ovariano simples. Precisa operar?
São raros os casos em que há necessidade de cirurgia, mesmo em mulheres pós-menopausa. Mais de 50% dos cistos regride espontaneamente. Para excluir qualquer risco, o ideal é realizar um vigilância com ultrassom transvaginal e CA-125 a cada três e seis meses durante um ano. Se o cisto permanecer estável, volta-se a realizar o ultrassom uma vez por ano. A cirurgia é indicada se:
- O cisto tiver mais que 10 cm. Neste caso aumenta-se muito o risco de torção de ovário, o que pode levar à perda deste órgão.
- Se a paciente apresenta sintomas como dor pélvica persistente. Nestas situações é importante excluir se trata-se de endometrioma, infiltração de endometriose no ovário.
- Se o cisto está aumentando progressivamente. Existem tumores benignos de ovários que são muito parecidos com cistos, porém não regridem. É o caso do cistoadenoma seroso e cistoadenoma mucinoso.
A principal escolha para a cirurgia é a videolaparoscopia. O médico consegue ter uma visão ampla da cavidade abdominal, examinando todos os outros órgãos, além de melhor precisão cirúrgica.
Se a paciente é jovem e não há nenhuma suspeita de câncer, apenas o cisto deve ser retirado, na tentativa de preservar aquele ovário para futuro reprodutivo. Se há qualquer suspeita de ser maligno, o cirurgião normalmente retira o ovário e envia para um exame chamado congelação, onde o patologista examina o material na hora e informa se encontrou células de câncer. Normalmente a recuperação é boa e a paciente tem alta no dia seguinte.